domingo, 31 de janeiro de 2010

por hoje

Tente ser um pouco mais paciente meu amor, não podemos fazer nada. Ela vai sempre nos engolir um pouco mais.
Hoje se acordei sem mais um pedaço a casa ganhou uma marca nova.

não fique bravo e me ame mesmo assim.

ass. Isadora

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

para você que cruzou a porta...

 
eu aviso desde agora, tudo está bagunçado. a última vassoura se perdeu, os panos umedeceram com a última chuva e privados do sol de hoje os panos enfim todos mofaram. as duas brigaram novamente. mas antes de ontem, no mês passado, pareciam estar se amando. eu não sei, eu não vi direito. passei uma semana sentado na cadeira de balanço quebrado ao chão. a cadeira caída, feito meca, cama, maca. eu fiquei parado ali com a cabeça esbarrando ao chão. uma entrou pela porta, indo rumo a outra. a outra entrou pela mesma porta e a chamou. elas pararam, ambas embaixo das portas. se acontecesse um terremoto, só eu morreria, porque estava já no chão. elas não, sempre tiveram medo de terremoto, por isso lá em casa tem tanta porta. elas se olharam, debaixo das portas, voltaram velozes e bateram-se os peitos. ou seja, elas estão se amando outra vez. voltaram a se ver e a se respeitar. voltaram hoje, eu não sei, talvez amanhã, voltaram a se cuspir a se escarrar. está tudo bem aqui em casa. aqui em casa bem, está tudo bagunçado. eu quero dizer. é normal, acontece nas melhores famílias. isso de a casa estar com cada coisa separadinha em seus lugares devidos. como não somos bem uma família, aqui-lá está tudo mesmo mexido e com poeira e com medo. eu queria que ela comprasse um cachorro. mas ela outra tem alergia. eu queria que a gente comprasse um pai. mas elas ambas temem os homens, apesar de eu amar. não sei mais o que fazer. precisava de um livro, para fazer de travesseiro. não aguento mais ficar caído dentro dessa cadeira esperando o moço vir consertar. tenho medo que o orçamento fique caro e que uma delas não queria quebrar o porquinho. o porquinho é o nosso bem mais precioso. ele está todo remendado. mas foi por causa dos terremotos antigos. aqueles da época em que eu nem era crescido, da época em que eu era assim, solto ao mundo, largado, feito pano de chão molhado de chuva infiltrada.
 

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

necessidade

como é bom ficar ao lado de vocês assim, em silêncio.

Vou evitar ficar quieta, algumas coisas precisam ser ditas antes. Por favor, tente aceitar quando eu tirar suas mãos da minha boca. Só quero tomar um pouco de ar e respirar junto com você. Respirar junto com você já é uma necessidade. É isso que nos mantêm vivos. Que bom que você tá me escutando. Não sabe como fico feliz. É verdade, não mentiria mais pra você.

não precisamos mais disso. Precisamos só de tempo, de ar e de silêncio.

Você não sabe como isso é importante.

Prometo não pintar mais as paredes de rosa. Nem esquecer de deixar comida para os gatos. E arrumar os livros na estante...

Também vou tentar vestir as crianças quando elas estiverem com frio. Vou tentar.

Não tem mais por que eu mentir pra você.

Vou parar também de tentar te multiplicar em outros.

como é bom ficar ao lado de vocês assim, em silêncio.
Você já me basta, já é bastante. Vamos seguir....

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

feist 1234




feist 1234

....

esclarecimentos para um coração partido nº1

eu não pensei que isso pudesse te traumatizar tanto. Antes não tivéssemos nos apresentado. Agora já é tarde, pra várias coisas, talvez quase tudo. Quase tudo fica. O trauma. Você devia fazer alguma coisa com ele. Não sei, me xingar, falar mal de mim pra alguém, contar uma mentira sobre mim, nós sabemos que é uma mentira. Sei que você me conhece apesar do tempo ter sido pouco. Eu não me importo, ainda te amo e você sabe disso. Vou escutar suas mentiras. Talvez tenha faltado isso, a mentira. Nos permitimos muito pouco para nossas dores. Nos boicotamos durante quase todo tempo, até hoje. Agora vai, pensa que o erro já está errado, mas que você pode seguir de outra forma. Segue vai. Faz alguma coisa com isso. Sente essa dor e chora durante dois dias seguidos. Só não me impede de continuar te amando. Nesses dois dias, enquanto você estiver chorando eu vou continuar sentada no sofá te amando. Na cama, na cozinha, no banheiro. Sei que você vai continuar aqui, agora deixa eu ir, tá tarde, você precisa dormir, qualquer coisa me liga, eu vou te atender mesmo se for daqui a 50 anos.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Desabafo III

nada violentos,

eu não tenho gostado de ler meu coração eu preciso abrir o o nosso blog com vocês...  , sem querer tenho achado ele bem chato, não consigo dividir isso com vocês, uma linguagem poética demais. tô sendo chata, mas isso é um problema?! ler os textos até o final, pessoal demais e boring. credito que  criamos,  sei lá , a gente podia.  talvez não, só quero trocar uma idéia, eu sei...  se reunir...

beijos caros parceiros de violência

PATRÍCIA

I love you but...





















* Na foto a performer Marina Abramovic e Ulay

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Buenos Aires, 18 de janeiro.

eu choro porque sinto saudade da gente brincando.
nesse vai, volta e vem...
eu vejo como a gente gostava de girar as fitas no varal.
meus filhos, a mãe está em outra CASA e aqui é tudo muito diferente.
sofro com o sofrimento de todos.
por favor, evitem comer as estantes. elas sabem todas as verdades sobre nossa família.
evitem também saídas para comprar vestidos ou outros presentes.
aprendam a se conter com aquilo que já é nosso.

lembro agora dela no balanço no alto
perguntando se era bonita de cima e em alta velocidade
lembro agora dela no espelho
admirando suas curvas e sofrendo com o passar do tempo
lembro agora dele começando a desejar rapazes
olhando para as braguilhas dos homens de obra
lembro agora dela sorrindo ao telefone
desejando penetrar mais uma vez aquela doce menina
lembro agora dele pedindo para ter a genitália fotografada
sonhando em ser um astro de cinema
lembro agora dela preocupada com o dinheiro
perguntando se havia comprado coisas demais
lembro agora dele e seus intermináveis cigarros
jogando a cinza na garrafa de água já sem água
lembro agora como me irrito com essas lembranças
amando e odiando o tempo que passamos juntos.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

é...

Volta, vai, volta, por favor. É um pedido só, em uma palavra. Fácil de entender, fácil, fácil sim: VOLTA. Fácil até pra quem está doente, pra quem quebrou a perna ou só gripou. Pra quem tem sono, pra quem tem fome é fácil, óh: VOLTA Volta vai, volta. Por favor. Me escuta, só dessa vez!? Depois não precisa mais, eu juro que vou ficar quieta. Só preciso falar pra lembrar que você existe, se não, depois a dor vai doer e eu não vou saber da onde é. Ai não tem mais cura. Não adianta nem eu tomar aquele chá que você deixou pra mim aqui em casa. Aquele pacote de aspirina. Foi proibido pelo médico sabia!? Parece que ele deixa o sangue correr mais rápido, mais fácil. Se você estivesse aqui eu não me importaria. Não mesmo. Só se você comentasse. Ai sim, quem sabe, daria jeito...
Preferi não falar muito, você não estava curtindo muito papo. Vamos deixar então, mas preferia o sangue correndo. Preferia te reconhecer. Fazia mais sentido. Agora você me deixou. Me dá pelo menos 1 SINAL. Um sinal de que tá tudo certo. Não é certo. Assim não é. Tô esperando e vou continuar. Você me falou sobre estar perto, estar presente, você nem sabe mas me mostrou como é. Eu te escutei. Você podia me escutar uma vez. Volta. Só isso, ficamos assim então, como você quiser. Só espero que você não se arrependa. Isso pode acontecer. Estou te avisando. E Estou aqui. Nos falamos. Bom, tudo bem, vou ficar por aqui.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Eu choro porque...

    

A ficha demorou a cair. E como se isso não bastasse, ainda continua a cair lentamente. Feito lágrima que persiste a face da gente e vai marcando pela umidade aquele espanto, aquela atrocidade. Mais uma vez hoje eu choro porque não tive forças para dizer FICA! Choro porque eu não choro e acho que se assim eu fizesse de imediato alguma coisa se resolveria. Mas não. Meu olhar fica embriagado, as mãos se comovem mas no fundo, eu não choro, eu sobro. Eu me embargo, mas fico, resisto, eu luto, VIOLENTA, VAI! Eu choro hoje porque aconteceu de novo e com outro alguém. Eu choro porque pedi que vocês se encontrassem aí onde a gente sequer sabe dizer se existe ou não se é melhor ou não do que esta realidade aqui. Eu choro em silêncio porque o barulho é dentro. Eu preciso calar para te escutar. Eu preciso fechar os olhos e cruzar os braços, recostar a cabeça, para lembrar da cor da sua pele, dos seus cabelos, lembrar dos seus disparates, de tudo em você que eu amava ou não. Eu me esforço e vem um papel no meio do quarto com um dizer seu. Qualquer coisa então pinça em mim uma draga, que arrasta, que me devolve a você. Você quer minha companhia? Eu posso dormir ao seu lado, vem até mim. Deita aqui, não é poesia. É desespero é dor que não se classifica. Você aceita minha ajuda agora? Você aceita um perdão sem sentido? Eu te recebo. É sério, invade esse quarto, é quase manhã, deita aqui comigo. Eu vou te fazer um café, vamos juntos fumar um cigarro, a gente vai conversar sobre o que Sartre e Camus em nos fez nascer. Eu vou te ouvir, eu vou te estender as mãos e vou te pedir em silêncio, baixinho, fica, Dória. Fica um pouco mais. Então eu vou fechar os olhos. Então eu vou deixar correr. Eu sei que você está aqui, mas eu te peço - ainda assim - não custa nada aparecer. Nervosa, irascível, doce, sem pudor. Aparece aos pedaços eu sei de cor da sua cor, da sua rima, do seu sorriso. Aparece um bocadinho. Por mim, porque às vezes - nem sempre - mas às vezes, é você um pouco o que eu preciso. Pode precisar de mim. Pode precisar.



vem e

vem, vem, eu te peço, vem que eu cansei de pensar você aqui, ao meu lado. eu sequer pedi vem, por isso agora aqui eu peço, vem. eu estou falando há horas, comigo mesmo, com um amigo. minhas paredes estão escritas, poemas de morte, poemas de liberdade, não, não vou escrever sobre amor porque já está claro. está turvo de tão claro o quanto eu preciso disso, dessa doença, maldita maladie. pára de se mover para o lado errado e se move sobre mim. me move ao seu encontro assegurando-o em nosso abraço. onde você está que eu não acho? onde está você que me faz agora estar aqui parado, sofrendo, lamentando o nosso encontro inexequível? olhe para mim quando formos nos encontrar e entenda tudo o que há semanas venho escrevendo. eu não quero me explicar. eu quero te beijar, agora e em outros momentos. grita comigo pedindo a eternidade dos segundos juntos compartilhados. você vai me reconhecer quando eu passar por você. porque eu vou parar e gritar vem. coloque as mãos em minha boca. ela ainda é uma. só. e se gostares de me ver chorando, nem saberei, porque o choro não sai. não tem isso, eu não estou sofrendo eu estou querendo tudo isso. você me levou para comprar cerveja e cigarro. eu não bebo nem posso fumar, mas agora só - repito o só - bebo e fumo como se isso fosse me dar sua presença que não vem. o que não é possível é a única possibilidade concreta. vem, marca comigo, eu não vou faltar. vou aparar a barba, como as senhoras moças de época, vou me aprumar. me aprontar. me mirar no espelho e conferir se é mesmo possível me desejar. vem comigo. vem porque eu estou indo. sem fundo sem fim sem princípio. vem porque eu não consigo prever quando vou te esquecer. vem porque os subterfúgios todos falharam e eu continuo aqui silenciando esse vem que não vem porque é você. me chama de lindo, de diego, do que for, mas chama. vem. clama. chama. chama. eu não vou tomar mais insulina. eu vou continuar durando, feito pilha, enervando, por isso vem e apazigua esse suor. bebe ele. faz nele cama e vem. vem ver a foto que eu tirei de você. eu tirei uma foto da sua foto que achei na internet. não é triste? é bom, me apetece. assim, com a precisão destas palavras. vem. deixa eu te olhar deixa, vem. me machuca com a concretude do teu pouso. não ouse, apenas venha e deite sobre mim sua relva.vem e cola. vem e chora. de tanto me fazer amar.

a lentidão através da qual as coisas

me violenta saber o que eu sei.
me violenta saber que eu sei.
me violenta saber que eu não sei.
me violenta saber que eu não.
me violenta todo o conhecimento.
me violenta ralar a pele no chão.
me violenta esta pilha de livros.
me violenta o vento quando vira furacão.
me violenta a água acabando.
me violenta a barba sem fim crescendo.
me violenta o seu desapego.
me violenta o meu fácil envolvimento.
me violenta a dureza destas teclas.
me violenta rock muito barulhento.
me violenta o tropicalismo, o caetano, a bethânia e todo esse deslumbramento.
me violenta o deslumbramento.
me violenta ver borboletas mortas.
me violenta o que vou fazer daqui a alguns minutos.
me violenta a fome.
me violenta a lentidão através da qual as coisas todas me violentam.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

vai e

vai, vai, por favor, vai, eu cansei de pedir por favor. Vai, eu tô calada a horas e as paredes já estão quebradas, vai, finge que você acredita na minha dor, pára de ficar ai parado. Vai, eu não preciso te provar nada. VAI VAI, olha, OLHA pra mim por 2 segundos a mais e você vai entender o que eu tô querendo falar. VAI, berra comigo ao invés de colocar as mãos na minha boca só porque você gosta de me ver chorando. Isso não quer dizer que você pode me deixar aqui sozinha. Você nem me levou pra comprar um vestido. Vai, agora você entendeu, não é possível que não. Vai e marca comigo de me encontrar em algum outro lugar que você vai gostar de voltar daqui a 15 anos. Vai porque eu já tô indo. Vai, porque assim eu posso tentar esquecer. Vai e me faz uma promessa que você nunca fez antes PRA NINGUÉM. Vai, me chama de algum nome que eu não vou lembrar depois. Vai. Vai. e volta, antes que eu pare de tomar meus remédios, ou antes que eu dobre a dose. Vai e não finge que você ainda está aqui. Vai e me escreve. Vai e tira uma foto de alguma coisa que só você vê. Vai, canta pra mim, finge que foi amor a primeira vista. Vai, me machuca em algum lugar diferente daquele de sempre. Vai correndo, vira a direita e segue até o primeiro prédio de portão vermelho. Vai e me espera. Vai e fica ou vai, e não precisa voltar.

vai,

me tira daqui antes que eu coma as estantes com minhas mordidas.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

eu vou começar a derreter junto com a casa.

Olha, a casa tá derretendo. eu tô tentando te mostrar. Será que é pouco!? Eu tenho necessitado tirar toda da minha roupa pra dormir. De vez em quando eu saio da cama também, vou até a geladeira, abro, bebo um gole de água na garrafa e fico ali, parada, com a porta aberta, até meus joelhos se cansarem e eu precisar voltar para a cama e me deitar novamente ao seu lado, agora um pouco gelada, esperando que você me derreta novamante, mais uma vez. O lençol já está cheio, repleto de manchas. E a máquina de lavar quebrou, junto com o ar-condicionado. Daqui a pouco vai ser a flor que vai murchar, a luz que vai acabar, o copo que vai se quebrar, a tv que já não passa nada, não vai mais nem ligar, porque a pilha do controle vai acabar. A casa tá derretendo, tá tudo derretendo, e você não percebe, mas você jura!? Jura pra mim que eu não vou precisar falar isso, jura que pelo menos, quando eu começar a derreter junto você também vai perceber!? A única coisa que você tem percebido ultimamente são os meus pequenos deslizes. Tudo feito de uma pessoa que está prestes a derreter. Além disso pra piorar a minha situação, a nossa, a sua, você ainda vem me falar que "eu devia" três pontinhos, ou que eu "faço" ou "sou" três pontinhos coisa ruim. Você sim, devia perceber que ando fraca, que eu ando sem forças pra levantar a casa e que a cada frase sua eu derreto um pouco mais, quando na verdade devia ser o contrário. Será que o problema não está simplesmente na maneira de falar!? Na maneira de abordar!? Vai tudo derreter e você vai continuar com essa sua pose de quem sabe lidar com tudo muito bem, mas na verdade não consegue nem perceber onde está o problema. Ele está em você. e quando tudo derreter você vai ficar sozinho e vai se sentir eternamente responsável pela dor da perda, pela sua dor de perda.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Casamento Expresso

Eu não sabia que para entrar na casa eu deveria ter feito um pacto com você. Eu nem lembro se fiz ou quando o fiz. Eu não cortei meu dedo , deixei sangrar e juntei ao seu e jurei amor eterno. Não , eu não fiz isso. Você diz que preciso cumprir as regras da casa , mas eu achava que dividir era também respeitar o meu espaço . Eu queria ficar a vontade. Entrou um grilo no meu quarto que não para de cantar , e você quer que eu o mate. Eu não vou fazer isso! Minha vó me dizia que grilo da sorte ( ou era aranha?). Enfim , não era sobre sorte que eu queria te dizer. Eu quero falar sobre isso entre nós dois , isso que a gente chamou de casamento ... E não adianta vir me dizer "eu te amo" em 50 linguas ou através de imangens que não entendo, porque isso não muda suas regras. Nosso amor é um jogo , é isso? Pois eu estou me cansando , a minha parede nem tem mais a minha cara , ta toda manchada de outras cores que desconheço. Eu não quero transformar isso em um esquema , eu preciso querer você de verdade , querer seus olhos , sua boca , querer te gritar no ouvido à noite ... Querer . Talvez com esse grilo aqui , e venha sorte de me surgir um outro amor. O casamento é sorte? Porque eu te amava tanto ao ar livre , e ,agora, essas quatro paredes estão me sufocando e eu só quero gritar . Mas, eu não gosto de parecer histérica na presença dos vizinhos. Eu tenho classe. Puta-que-pariu , custa deixar a louça pra ser lavada na manhã seguinte? Olha , eu to aqui calada , quebrando minha parade à pontapés . Quando alguns tijolos cairem pro lado de lá , eu vou partir . Estou só esperando você esquecer de me dizer " Eu te amo" ou " I Love you " ou " Je t'aime" ou ..

Je t'aime, mais...

Je t'aime, mais vous ne sont pas conformes à nos alliances.
Je t'aime, mais sa maladie est incurable, n'a qu'un nom, et je ne dirai pas.
Je t'aime, mais vous utilisez le temps d'échapper à soi-même.
Je t'aime, mais vous êtes un-esthétique.
Je t'aime, mais tu ne comprends même pas ce que j'écris.
Je t'aime, mais tu ne parlent qu'une seule langue.
Je t'aime, mais vous ne savez pas comment utiliser des virgules.
Je t'aime, mais votre café est une farce.
Je t'aime, mais tu es sociaux et en santé.
Je t'aime, mais je ne suis pas facile.
Je t'aime, mais je ne suis pas peu profondes.
Je t'aime, mais mon français est terrible.
Je t'aime, et il n'est pas peu.



à lire plus de types de «Je t'aime, mais ...",

Visite http://violentaentrequatroparedes.blogspot.com/
  

eu te amo mas não sei colocar título

I love you but...

I love you but, you put ketchup on everything.
Eu te amo, mas você coloca ketchup em tudo.

I love you but, you put exclamation marks at the and of every sentence!!!
Eu te amo, mas você coloca pontos de exclamação no final de todas as frases!!!

I love you but, you give yourself nicknames.
Eu te amo, mas você da apelidos a si mesmo.

I love you but, you wear sunglasses indoors.
Eu te amo, mas você usa óculos escuros em lugares fechados.

Mais I loves you but...: 
http://www.loveyoubut.com/

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Pacto Expresso

tarefa:
3. caio vai pesquisar imagens bonitas de hospitais





Hospitais Sarah Kubitschek

Palhaços para reduzir a ansiedade de crianças antes de cirurgias

A idéia de ter palhaços em hospitais para aliviar o estresse que o ambiente hospitalar e a própria doença causam às crianças já é conhecida. Palhaços profissionais começaram a atuar nos hospitais em 1986, em um projeto chamado Big Apple Circus Clown, que deu origem, no Brasil, aos Doutores da Alegria. Agora, médicos da Universidades de Tel Aviv e da Flórida testaram se palhaços treinados para atuar em hospitais podem auxiliar na redução da ansiedade pré-operatória, o que relatam no periódico Pediatric Anesthesia.

O estudo foi feito com crianças entre três e oito anos com cirurgias eletivas ambulatoriais marcadas previamente (aquelas em que, sem necessidade de internação, a criança vai pra casa no mesmo dia) e que necessitariam de anestesia geral. Para evitar que a tentativa de alívio acabasse causando problemas, já que algumas crianças têm medo de palhaço, os pais foram consultados previamente.

Cada criança recebeu um tratamento definido aleatoriamente: ou um medicamento ansiolítico, ou a presença dos palhaços, ou nenhum dos dois, e o efeito de cada tratamento foi avaliado em filmagens dos procedimentos - a espera, a entrada na sala de cirurgia, e a aplicação da máscara que induz a anestesia.

Os resultados são animadores: a não ser quando da aplicação da máscara, as crianças que tiveram o acompanhamento dos palhaços apresentaram os menores índices de ansiedade. Talvez com alguns aperfeiçoamentos a técnica consiga maior sucesso também na sala de cirurgia. Além de oferecer mais conforto às crianças, a intervenção de palhaços ainda tem os benefícios de requerer menos recursos do que o uso de alguns fármacos, evitar que a ansiedade dos pais no período pré-operatório afete os filhos caso os acompanhassem - e não apresentar efeitos colaterais! (ACMAC, 30/12/2009)

http://www.cerebronosso.bio.br/descobertas/2009/12/30/palhacos-para-reduzir-a-ansiedade-de-criancas-antes-de-cirur.html

pacto expresso

tarefa:
2. diogo vai investigar sobre como é ser avó e sobre como perdeu sua religião

"Quando eu crescer, quero ser metáfora"
Diogo Liberano


Portanto, ser avô ou avó é estar delicadamente fadado a doar-se. Como fosse ser dedicado, pela vida construído e talhado e cosido e de novo costurado, unicamente pelo outro. Ir sendo avó é ir dando as mãos ao tempo e se fazendo osso, menos carne, menos tormento. É se tornar relógio. Relíquia. Móvel. Poeira. É ir construindo um olhar que pousa, olhar que abraça e traz em seu interior um silêncio que basta. Ser avó é ser poesia viva. Expressa. É não ter mais que falar nisso, nem naquilo, nem que pegar o trem, nem que acender a luz, nem fósforo, nem vela. É poder se mijar todo. É romântico até dizer chega. É moderno até se tornar incompreensível. Ser avó é ser pai de muitos muitos filhos. É ser destino.

Tenho quatro avós. Os por parte de pai, ainda vivos. Avós que são tempo, pois continuam em minha vida mesmo sem que eu os veja ou sequer os ligue. Ligue no telefone, ligue andando pela rua. Ligue em lembrança corrida. Dos outros dois, que se cravaram em mim, por outra via, sei apenas que morreram. Que se foram. Meus avós inauguraram em mim a morte. Que estranho. Que doce sorte.

Eu me levantei agora e fui rodar pela casa. Encontrei minha mãe no meu quarto dobrando toalhas e pedi que ela definisse o que é ser avó em apenas uma palavra. Ela reclamou. Uma só? Eu disse que aceitasse o jogo. E saí rumo à sala. Lá, pedi a minha irmã a mesma coisa. Comi uma sobremesa de morango. E as duas se encontraram na sala. Olharam-se. Eu perguntei e aí, encontraram a palavra. Minha mãe disse ser avó é reviver. Minha irmã, deitada ao sofá, disse envelhecer. Eu disse ótimo, adorei e vim correndo para o computador escrever.

[eu percebi agora, abrindo ao blog, que perdi tudo o que havia escrito sobre reviver. pois que fique claro, que reviver, ao meu ver, não é só viver de novo (observando a vida correr no corpo dos outros), mas também, reviver no sentido de ver outra vez toda a vida nos outros acontecendo. a imagem mais concreta do tempo não é o relógio, é o envelhecimento. tempo avô].

Segue o trecho de um texto que escrevi em 1006. O texto é chamado A LIMPEZA DAS HORAS e consistiu, durante certo tempo, em parar um segundo e ficar resvalando em meio ao tempo, por meio de palavras. Num destes dias, encontrei a palavra avô:
01:52. Outra madrugada. Venta muito. Toda natureza morta faz um som boboca.

Escrever sobre outra madrugada é escrever sobre a madrugada anterior. Por sobre ela, pois as condições climáticas são outras. E agora, há tanto vento, que sinto calor por ter me trancado dentro desse cômodo, evitando a revoada dos objetos domésticos, que decidem dançar e cantar quando há brisa. Preciso privá-los dessa liberdade. Pois se começam a fazer barulho, dançando e cantando ao som do vento, silencio-os porque temo o que os vizinhos possam traduzir dessa sinfonia tardia.

Mas, falava sobre as horas, e sobre o seu insuportável senso de limpeza. É um vício tão evidente, o de limpar-se depois de morrer, que o tempo deixa claro que ele passou mas que já está à venda de novo, fazendo ponto, atrás de um ponteiro novo, ereto no começar de outro dia. Mas não me diga que tempo é dinheiro, porque eu ainda não consegui comprar nem mesmo um par de horas novas para nelas agendar meu almoço e minha janta, tão em falta, ultimamente. Não me diga que tempo é dinheiro, porque se isso fosse verdade, aqueles relógios que ficam apitando, desesperadamente apitando, em plena avenida central, não estariam ali. Não por aquele preço.

Pergunto. Para onde vão as horas passadas? Em que vão se meteram que não as encontro? Não mais me sirvo das recordações de papel. Fotos, jornais, os filmes que nunca vi. São simulacros, vinho ao virtuoso. Nem cheiro adianta, porque ele se perde com o vento. E hoje venta tanto. Quero saber se elas transcendem. Se as horas que passam estão escondidas num lugar especial, aguardando um dia do fim do mundo para voltarem todas contra o tempo opressor. Ansiosas pelo regresso, trazendo consigo pedaços de cada abraço, de cada beijo, de cada filho que ficou. E o meu avô? Por acaso, nesse dia em que o mundo acabaria, voltaria ele, ainda que taciturno, imerso nas horas que um dia o tempo de mim levou?
Se ser avó ou avô é envelhecer, então, envelhecer é se tornar avô. Das coisas, das mudanças, se tornar avô é a expressão clara de quem vê agindo através do tempo toda a ordem do movimento. É ver os cabelos crescerem caírem crescerem e irem dormir. É ver nos dentes o sol se deitar, ver no sexo a calma da mocidade surgir. Na pele, o sarau de pêlos vividos. Pelo câncer, ser avô é ver dentro de si ir se desenvolvendo o recalque, o reprimido. É envelhecer porque as novidades são demais, às vezes. Envelhecer de tanto usar. Envelhecer por parado à soleira da porta, ir sentindo dentro de si os ossos uns nos outros se encostando sem gelatina que os costure. Poxa, ser avô é envelhecer de tanto ir. É persistência elevada ao verbo seguir.

É ser mãe e pai de muitos espermatozóides e óvulos. É ter gozado abundantemente. É ter sobre si um mistério e uma educação reluzindo, relutando, dando nome e aparência bela, angelical. É ter assento preferencial mesmo sem ter. É ter cabelos brancos e brilhantes. É não ter mais o que se perdeu. É ter apenas hoje a lembrança.

Ser avô é ser amigo da morte. É ser visitante assíduo de cemitérios. É acompanhar a vida por completo. Dos inícios aos fins. É ter história para contar. Ser avô ou avó deve ser algo assustadoramente revelador. Porque é ser-saudade.

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Eu não perdi a minha religião. Eu nunca a tive. Quando eu vim a saber o que era, eu já tinha ido a tantas missas, que a lógica se debatia com a chatice pregada. Eu não aguentei quase nada. Talvez aos doze anos eu já tinha desistido de ser fiel a Deus. Fui ser fiel a mim. Fui ser, desde muito cedo, fiel aos desejos. Aos meus.

Quando na época do vestibular, certa noite (antes de uma prova decisiva) resolvi rezar, pedindo por sucesso na empreitada do dia seguinte. Foi quando eu percebi que eu só rezava, quando rezava, para pedir algo para mim mesmo. Fiquei horrorizado, me senti burguês, me senti todo equivocado. E tudo era tão subjetivo. Deus era algo tão abstrato. Deus era tão onipresente que tão rápido se fez para mim onimpotente. Não servia, não tinha lógica nem graça.

Minha religião então virou poesia. Meu deus virou metáfora. Virou o que sempre foi, metáfora.

Daí, hoje, não tenho problemas com isso. Crença, fé, devoção, tudo pode servir a qualquer objeto, a qualquer destinatário. A religião em mim se acabou quando eu percebi que ela era minha e não do mundo. Acabou quando conversando com Deus, ou Jesus (eu nem os sei diferenciar!), eu menti e depois fiquei pensando, bom, se ele sabe tudo então deve saber que estou mentindo. Qual era a graça nisso? Não houve mistério entre a gente. A gente não se flertou. Se ele sabe tudo, amado, então resolve o mal estar da civilização. Se Deus sabe tudo então escreve uma enciclopédia com verbetes e não com ladainha.

A Bíblia é tão literatura quanto Harry Potter. Só que eu gosto mais de Harry Potter, porque em suas aventuras a fé move montanhas mesmo (com ajuda de uma varinha de bruxo, é claro). Eu gosto mais de Harry Potter porque ele é um Jesus pós-moderno. É inglês, não fala em aramaico. E olha, vende tanto quanto a Bíblia. E mais, foi escrito por uma mulher e não por pseudônimos.

A fé em mim não acabou. A religião também não. Mas se recria em mim todo dia a cada necessidade. Eu não sofro porque nunca comi uma hóstia. Eu nunca consegui me catequizar. Eu fui expulso várias vezes da catequese, como acreditar em Deus? Hoje eu prefiro confessar meus pecados em meu Blog. Eu prefiro tornar tudo isso criação. Deus é uma coisa muito errada que inventaram para acalmar a multidão. Bem que poderíamos ter apostado por mais tempo na poesia do Pão e Circo. Sorte a minha a arte ter me invadido.

Eu prefiro café do que fé. Tem um performer, Francis Alÿs, que me fez pensar a fé por um viés muito mais potente e inteligente daquilo que até então eu tentava crer. A primeira vez que ouvi falar dele e vi algum material sobre, foi numa aula do curso de Dramaturgias do Corpo, dado pela professora Eleonora Fabião, na UFRJ. O nome de uma das performances do cara era Quando a fé move montanhas. Ele simplesmente juntou cerca de 400 estudantes de engenharia e juntos, com auxílio de pás, moveram uma duna de lugar. É isso mesmo, fé é uma coisa muito concreta. Mais do que parece.



Façamos, pois, da fé, uma força capaz de mover.

Mais sobre Francis Alÿs em http://www.oesquema.com.br/conector/2007/10/30/bienal.htm.

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