domingo, 7 de fevereiro de 2010

e-mail para um pai

T.

Se você não fosse tão egoísta e tão omisso, teria percebido que já cresci há muito tempo. Saudável e bem educada, não graças à você, é claro. Também já teria percebido que venci muitas batalhas, principalmente as relacionadas à você. Por essas vitórias, adquiri o direito de questioná-lo. Direito esse, que independe de sua vontade ou aprovação. Não venha se vangloriar por já pagar suas contas com 17 anos. Isso não te torna especial, apenas te coloca igual ao restante de sua família e de grande parte das pessoas de sua geração.

Não te vejo como uma pessoa indicada para falar de humildade, pois se essa fosse uma característica sua, você jamais se elogiaria dizendo que é sucesso e modelo. Parece que você está meio confuso. Precisa se definir: ou mantém a máscara da humildade e da generosidade, ou deixe que ela caia e revele a sua arrogância. Já pensou? Quanta decepção para os seus "declarados admiradores e seguidores". A sua "trajetória de sucessos" cairia por terra. Você não passaria de uma farsa.

Os adjetivos que usou para me qualificar, apenas vêm confirmar que além de ser um estranho, você é totalmente desprovido de argumentos. O que chega a ser deprimente. Mais deprimente ainda, é quem se julga tão experiente, tão especial, vitorioso e que tem a sua idade, ainda não ter aprendido que respeito não se impõe, conquista-se! E no que me diz respeito, você não fez nada pra merecê-lo de minha parte. Mas fiquei feliz em saber que, ser vencedor e ter sucesso, não têm o mesmo significado pra nós. Para mim, as características de um vencedor são a dignidade, o caráter firme e a honra em cumprir compromissos e responsabilidades. Não sei se você percebeu, mas essas características giram em torno de questões morais, e não questões rasas e obtusas, como aparência, status e dinheiro que norteiam as suas decisões.

Sinto te informar que você está equivocado quanto à minha dívida. Se você próprio não tem humildade para reconhecer seus erros e se desculpar por eles, não tem nenhum direito de exigir de ninguém essa atitude, muito menos de mim, à quem você nunca ofereceu nada. Se não tem capacidade para lidar com a verdade e nenhuma habilidade para lidar com "filhos", não é me atacando que você vai conseguir aliviar as suas culpas. Você, como qualquer outro, vai ter que conviver com as consequências de suas escolhas.

Não se preocupe com futuros emails sobre essa ou qualquer outra questão. Não tenho nenhuma intenção de me comunicar com você novamente, por nenhum meio. Mas quero que saiba que estarei sempre pronta a respondê-lo, não com ataques covardes e infundados como os seus, mas sim, com argumentos sólidos e verdadeiros.

Por favor, se algum dia tornar a se comunicar comigo, não mencione "Deus", esse nome deve ser preservado, merece todo o respeito e não deve ser envolvido em tanto egoísmo e mesquinhez. Afinal, "Deus" é pai. O que você nunca foi.

Adeus.
I.

5 comentários:

Caio Riscado disse...

ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

Anônimo disse...

e-mail não fictício e sem resposta até hoje!

Caio Riscado disse...

um primor.

Dominique Arantes disse...

gente!

Anônimo disse...

JOGA A VIDA AÍ, AMADA
ELA ESTÁ EM SUA MELHOR DORMA, ou seja, toda convulsionada!