sexta-feira, 11 de junho de 2010

na casa resta...

É que agora parei de bater a cabeça na parede e ando pelo chão da CASA pra ver se chama um pouco mais sua atenção. SUA. É que na casa eu preciso saber que posso me machucar mas você vai ver, vai saber, vai se interessar pelas minhas feridas e pelos meus roxos, sem frescura, do jeito que só você sabe. Na CASA eu preciso saber que posso ser apontada, questionada, mas que só nela algumas respostas serão criadas, inventadas. Preciso saber que na CASA você vai gritar comigo e eu vou poder em seguida dizer "meu amor...", preciso saber que aqui, na CASA, nossos corpos se percebem, mesmo quando estão um pouco mortos eles se reconhecem. Um pouco de conforto, algumas alegrias, uma espécie de amparo. Aqui, na CASA, saber que não é a toa. Preciso, aqui, na CASA falar sobre o dia lá fora. Preciso aqui lembrar que estou em CASA. Na CASA preciso poder me descolar um pouco do caos e lembrar um como foi, a primeira vez que pintamos nossas paredes. Aqui na CASA eu só preciso saber que tem você, que é casa, que é espaço, espaços, em todos os sentidos. Preciso de todos os espaços, entrar em todos e deixar minhas marcas. Preciso saber que na CASA, pelo menos aqui eu vou poder responder ou não TODAS as suas perguntas. Na CASA eu preciso sentir você nos meus movimentos, só isso basta. Saber que na casa eu vou poder te agradecer do jeito que VOCÊ merece. Vou poder falar sobre amor, te odiar e te adiar quando preciso, sem julgamento. Vou poder julgar e talvez me arrepender. Na CASA vou enlouquecer e saber que seus braços restaram ali pra me segurar. Na CASA o abraço. Preciso saber, na CASA, exatamente onde fica a porta. NOSSA. Porque na CASA, preciso saber que ao passar pelo entre, pelo não lugar, vou ter onde pousar deixando todos esses rizomas pra trás se assim for necessário. A porta está ai pra isso eu sei, só falo porque é CASA, mas por favor, não saia agora.

Nenhum comentário: