quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Cartas, dobre o dia de hoje.

Seu abraço me dói. Dói porque eu sei que ele vai ser partido, logo ali , adiante, e logo ali, na minha frente. E eu não sei, se é porque outro corpo te arrancou de mim. Mas sei que você está arrancada. Me doeu porque eram corpos outros, e amores novos, e eu senti falta do nosso cheiro. E me dói porque eu estou aqui ainda, desde que fui jogada, esperando você. Seu abraço. E eu não quero mais beijar outras bocas para suprir a sua. Não quero mais achar que isso resolve e muda a gente. Eu estou aqui com a porta aberta. Isso me violenta.Ver-te me vendo à espera do seu corpo. Violenta-me porque eu já não sei mais se acredito no que amei, ou amo. Não sei mais se acredito em tudo que lhe pedi. Acho mesmo que você está certa. A gente devia se expor menos, e se protejer, porque no fundo a gente sangra. E fica falando de forma brega tentando sorrir diante da nossa dor. Eu não posso mais, não quero. Não quero ficar parada com os braços estendidos, com os músculos esperando você se encaixar nos meus braços. Eu achei que isso tudo fosse troca, porque eu acreditei que era preciso isso entre nós. Mas eu estou cansada de não receber. Eu estou cansada da sua vaidade, do seu ego, da sua despreocupação. Sei lá.  Você não abraça, você se proteje, e finge que se entrega, quando no primeiro soluço dá um passo para trás. Me violenta eu ter que partir assim, depois de ter dito quase tudo e ter te dado espaço no meu corpo. Meu abraço está quebrado, meu corpo não quer mais isso que a gente criou.   Nossa como foi bom, estou com saudades e sem vontade. Como é dificil não te querer mais compartilhando meu corpo. Eu estou chorando e sensibilizada com os novos e velhos corpos. a criança lá de casa descobriu que o céu muda de cor. Eu não quero crescer. Não quero perder-nos nos abraços e ficar adulta Caio. Diogo, não me abondona em Vila Isabel, minha vó foi viajar e eu preciso do seu colo aqui. Patrícia quando eu chegar à noite, me espera na rodoviaria, a gente vai redescobrir os braços. Isa, queria muito um abraço seu agora.

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