quarta-feira, 4 de agosto de 2010

sei lá ou sei.

Eu estou. Eu estava, quero dizer. É tanta coisa que acontece sem ao menos eu tocá-las. Está, estava, tudo tão não-palpável. Eu não sou capaz de controlar paredes crescendo. Não posso. Posso me conter dentro delas sendo sufocada. Ou posso quebrá-las e partir. E sentir saudade de ser doída. Ontem eu tinha cinco livros para ler. Li cinco páginas do primeiro capítulo do terceiro livro (escolhi uma ordem para me organizar). Hoje, faltam-me mil duzentos e quarenta e sete outras páginas. Eu não durarei. Desisti. Isso não me incomoda mais. Ando desistindo de quase tudo mesmo. Por saúde, por tempo, por amor, por não-amor. Ando caminhando mas me esqueço como se caminha direito, por isso preciso das paredes. Dos cômodos. Do sofá velho. Da luz piscando. Do quadro sorrindo. Da carta não lida guardada na gaveta. Da palavra não dita guardada, não sei em qual lugar. Vou reencontrá-las para dizer. Por hora esqueci-me, e não sei que quero lembrar, das palavras.. Queria só estar. Não ter que anotar como eu era feliz. Estou ansiosa para pintar as paredes. Acho que devemos colocar cores outras na casa. Quero rabiscar com o corpo as partes escondidas. Não me digam não. Não aceitarei mais. Não irei só latejar. quero quebrar os porta-retratos.

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